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Nazaré volta à normalidade após morte de brasileiro em onda gigante

sábado, 4 de fevereiro de 2023




Passado um mês do acidente de Márcio Freire, surfistas superam abalo e retomam rotina sem mudança de regras.


Primeiro acidente fatal no surfe de ondas gigantes na cidade de Nazaré, em Portugal, a morte do brasileiro Márcio Freire, 47, um dos pioneiros da modalidade, completa um mês neste domingo (5). Aos poucos, a rotina na região, que atrai surfistas profissionais e amadores do mundo inteiro, foi retomando a normalidade, após dias iniciais de luto em que, mesmo com o mar em boas condições, muitos atletas preferiram ficar na areia.

Em uma semana bastante ensolarada, apesar das baixas temperaturas e do vento cortante do inverno português, a Praia do Norte já está de volta ao ritmo habitual, com surfistas em atividade sempre que as condições das águas estão favoráveis.

Nas rodas de conversa, porém, o assunto ainda está fresco. Com mais de três décadas de dedicação ao esporte, Freire era considerado uma referência para muitos dos atletas das ondas gigantes, que nesta altura do ano desembarcam em peso na cidade de cerca de 15 mil habitantes.

A Câmara Municipal (equivalente à prefeitura) de Nazaré emitiu uma nota em que lamentou a morte do brasileiro, mas não anunciou mudanças no protocolo de segurança para a movimentada temporada de ondas gigantes na cidade, de outubro a março.

O chamado "Canhão da Nazaré" já foi palco de outros acidentes graves, sendo alguns deles com surfistas brasileiros, incluindo Maya Gabeira e Pedro Scooby.

Por causa da potência das ondas, o município dispõe de um plano especial de segurança, que condiciona a distribuição de equipamentos e de recursos humanos à classificação das condições de risco do mar.

No nível verde, para situações de ondas de até 5 metros, não há nenhum dispositivo especial acionado. A situação se altera no nível amarelo, com ondulações entre 5 e 10 metros, quando são acionados dois vigilantes e o apoio de um buggy para acompanhar a ação no mar.

Já no nível laranja, com ondas entre 10 e 15 metros, ou no vermelho, com ondulações gigantes que superam os 15 metros, entra em ação o aparato de segurança completo, que inclui também bombeiros, salva-vidas, trator e equipe médica.

Fonte: Folha